Maldição Luisão? Nenhuma dupla de centrais dá segurança a Vitória
O Benfica já realizou 20 jogos desde o arranque oficial da temporada, sendo que metade desses encontros foram para a Liga Portuguesa, oito para a Liga dos Campeões (quatro duelos nas pré-eliminatórias e outros tantos na fase de grupos), aos quais se juntam mais duas partidas (uma para a Taça de Portugal e outra para a Taça da Liga).
Entre outros episódios, os últimos três meses meses no bastião das águias ficaram marcados pela saída de Luisão, que decidiu pendurar as botas aos 37 anos, e pela forte contestação a Rui Vitória. E será que esses dois dados podem ter algum tipo de relação?
As críticas a Rui Vitória começaram a surgir com o empate que ocorreu em Chaves, à sexta jornada da Liga portuguesa. Um duelo no qual o Benfica deixou fugir dois pontos no último minuto de compensação. Mas em Trás-os-Montes não nasceu apenas um mau resultado, mas uma 'solução de laboratório' que certamente foi testada pelo treinador nas sessões de treino. Nas cinco primeiras jornadas para o campeonato Rui Vitória apostou sempre na dupla Rúben Dias/Jardel. Um laço que se desfez quando Jardel foi substituído, entrando para o seu lugar Conti. E pouco durou porque foi expulso a quatro minutos dos 90.
Uma expulsão que obrigou Rui Vitória a fazer contas para o clássico diante do FC Porto. Adeus dupla Jardel/Rúben Dias, olá Rúben Dias/Lema. Resultado? Vitória das águias, mas expulsão de Lema no seguimento de acumulação de amarelos. O campeonato não parou e Vitória voltou a apostar na sua dupla de confiança, todavia o resultado voltaria a não ser o melhor, e as águias saíram derrotadas do Jamor, frente ao Belenenses SAD, por 2-0. E a dupla luso-brasileira voltou a 'não engatilhar' diante do Moreirense. Nova derrota, três golos sofridos e para piorar nova expulsão... desta feita de Jardel.
E na última jornada, diante do Tondela, quando Rui já clamava pela tão desejada 'Vitória', essa aconteceu mesmo, mas nova 'dor de cabeça'. Aposta em Conti terminou em auto-golo do argentino, logo aos 42 segundos.
Mas, afinal, quem manda na retaguarda das águias?
Resposta fácil, se a justificarmos em números. Em 20 jogos realizados pelo Benfica, Rui Vitória apostou por 14 vezes na dupla Jardel/Rúben Dias, sendo que um dos dois esteve sempre presente nas restantes oito ocasiões. Nesses 20 duelos, as águias sofreram 21 golos (uma média superior a um golo por jogo), sendo que na Liga dos Campeões o Benfica ficou em branco apenas por uma ocasião. E no campeonato o cenário não é muito melhor: em 60% dos jogos as águias viram a sua baliza 'arrombada'.
E o que acontece quando o eixo Rúben Dias/Jardel se desfaz? O Benfica sofre e muito. Só por uma, em seis ocasiões, a baliza do Benfica ficou a zeros. E o jogo em que não sofreu qualquer golo foi diante do Sertanense para a Taça de Portugal (3-0), num duelo em que Rui Vitória entregou a titularidade a Samaris e Rúben Dias.
Mas a dupla Rúben Dias/Jardel é salvação? Apesar de ser a que mais Rui Vitória aposta isso não significa que seja a mais sólida, pelo contrário. Acaba por meter tanta 'água' como as restantes. Confuso? A verdade é que esta dupla foi aposta por 14 vezes. Golos sofridos? 15. E os pares alternativos sofreram seis golos, em outras tantas partidas. Será que a defesa sente a falta de Luisão?
O quadro abaixo ajudar a explicar um pouco melhor o rendimento dos quatro centrais da Luz, nesta temporada:
CENTRAIS DO BENFICA Jogos realizados Minutos somados Golos / assistências Amarelos/Vermelhos
Rúben Dias 18 1.575 0/1 5/1
Jardel 16 1.353 1/1 6/1
Conti 2 432 0/0 1/1
Lema 5 127 0/0 1/1
FONTE: NoticiasAoMinuto