O azar também se procura
Um leão pouco ambicioso perdeu em casa, diante do Arsenal, por 0x1. Peseiro montou uma estratégia de contenção e apesar da primeira parte dividida, a equipa verde e branca terminou a partida sem uma verdadeira oportunidade de golo, mostrando que jogou mais para não perder do que para ganhar. Na segunda parte, quando a estratégia de Peseiro ia caíndo, um erro de Coates foi aproveitado por Welbeck, que resolveu a partida. O golo surgiu de uma escorregadela, é verdade, mas este Sporting confiou na sorte e acabou por ter...azar.
Foi um jogo cinzento da formação leonina, que se deixou levar pelo estatuto do Arsenal e adotou uma postura de inferioridade, não aproveitando as inúmeras mexidas de Emery, que utilizou uma equipa algo alternativa. A formação inglesa ainda deu uma parte de avanço aos leões, mas quando percebeu que a equipa de Peseiro não ia à procura dos três pontos decidiu mostrar como se faz.
Das amarras às aventuras
Depois de encontrar aquelas que, na teoria, eram as equipas mais acessíveis do grupo, o Sporting recebeu um Arsenal a atravessar um excelente momento de forma e a jogar um futebol atrativo. Por isso, Peseiro não esperava um atitude dominadora por parte da sua equipa. «Mais posse? Só por ironia», disse. Para tentar contrariar um pouco a sua própria teoria, o técnico leonino fez algumas mudanças estratégicas e procurou equilibrar as diferenças com um meio-campo mais preenchido e também mais musculado.
Nos primeiros 20 minutos sentiu-se um Sporting muito na expectativa para perceber aquilo que um Arsenal diferente daquele que joga na Premier League era capaz de fazer. Com as linhas baixas e sem exercer uma pressão forte, os leões entregaram a iniciativa à equipa inglesa, mas quando perceberam que dali não vinha grande perigo tiraram as amarras.
A formação sportinguista passou a pressionar em zonas mais altas e obrigou a defensiva inglesa a vários erros que só não comprometeram porque Montero esteve sempre desacompanhado na frente. Acuña, o lateral, era quem mais procurava o desequilíbrio pelas faixas, mas a falta de uma estratégia coletiva atacante prejudicou as intenções do argentino.
Depois daquele período de reconhecimento, o Sporting acabou por realizar uma primeira parte agradável. Como esperado, era o Arsenal a ter mais bola, mas quase sempre em zonas recuadas. Para a estratégia orquestrada, Peseiro só podia estar insatisfeito com a lesão de Ristovski, já a fechar a primeira parte, porque o 0x0 parecia agradar às intenções da formação verde e branca, que procurou mais vezes proteger a baliza de Renan do que ameaçar verdadeiramente a de Leno.
Escorregadela fatal
Se nos primeiros 45 minutos a estratégia de fechar os espaços da baliza e procurar aproveitar o erro do adversário foi funcionando, na segunda parte o sucesso foi praticamente nulo. O Arsenal já sabia com o que contar e aos poucos foi engolindo a equipa leonina, que a cada minuto que passava ia perdendo o meio-campo e deixava de conseguir chegar com algum perigo junto da área londrina.
Enquanto os Gunners foram à procura dos três pontos e obrigavam Renan a ser a principal figura da segunda parte, os leões ficaram mais na expectativa e Peseiro não estava a encontrar soluções para travar aquele que era um fluxo ofensivo cada vez maior do Arsenal. Pairava no ar um clima de golo, mas apenas para o lado inglês. Welbeck já tinha ameaçado, mas viu o golo anulado por falta sobre Coates, o mesmo que mais tarde falhou e permitiu ao avançado inglês inaugurar o marcador, a 13 minutos do fim.
Com mais coração do que cabeça e a viver dos rasgos individuais de Jovane Cabral, o Sporting ainda procurou chegar ao empate, mas já era tarde para olhar para a baliza adversária. O Arsenal levou os três pontos para Inglaterra e, diga-se, foi a única equipa a procurá-los. Talvez em Londres existam ideias diferentes.
FONTE: Zerozero.pt