Rafael Camacho: A mais recente vítima de uma maldição com quase 25 anos
Algo se passa com a camisola 7 do Sporting. Desde 1995, quando a numeração dos plantéis passou a ser fixa, os leões viram vários jogadores escolherem esse número, considerado mítico, por diversas razões, no mundo do futebol. Uns tiveram mais sucesso do que outros, é certo, mas algo parece ser comum a todos os 7 que jogaram de leão ao peito: de uma maneira ou de outra, seja por problemas físicos ou de outra índole, as suas passagens pelo clube ficaram marcadas pela negativa. Rafael Camacho aparenta ser a mais recente 'vítima' desta maldição.
Contratado ao Liverpool no último verão, e tido como um dos jogadores com maior potencial do futebol português na atualidade, o extremo 'encarou o touro de frente' e optou utilizar a camisola 7. Resultado: até ao momento, participou em apenas dois jogos oficiais pelo Sporting, somando um total de... três minutos em campo.
Mas Rafael Camacho já estava mais do que avisado. Afinal, os exemplos de jogadores que desiludiram em Alvalade com o número 7 são 'aos pontapés'.
Alguns deles nem chegaram a ser utilizados, como foi o caso de Matheus Pereira. O brasileiro já tinha realizado vários jogos pela equipa principal verde e branca, mas, depois de escolher o número 'maldito', na época passada, recebeu guia de marcha e foi emprestado aos alemães do Nuremberga.
Em 2017/18, havia sido Rúben Ribeiro a 'provar' do mesmo 'veneno'. O português assinou pelos leões em janeiro, proveniente do Rio Ave, e fez parte das opções de Jorge Jesus - realizou um total de 18 jogos oficiais sob a batuta do atual técnico do Flamengo. Poucos meses depois de ter chegado a Alvalade, rescindiu unilateralmente com o clube, na sequência dos ataques à Academia de Alcochete.
Na época anterior, a 'vítima' teve outro nome: Joel Campbell. O costarriquenho chegou ao Sporting cedido pelo Arsenal e, em Alvalade, depositavam-se esperanças no promissor extremo. Os seus três golos em 29 jogos, aliados a exibições pobres e desinspiradas, foram o espelho da passagem pelo clube de um jogador que não deixou saudades em Portugal.
Ainda assim, um dos casos mais marcantes envolvendo a camisola 7 leonina teve lugar alguns anos antes. Em 2013/14, Bruno de Carvalho surpreendeu tudo e todos com a contratação do, até então, desconhecido Shikabala. O egípcio chegou proveniente do Zamalek, do seu país, ficou com o número 7 e... desertou. Sim, o extremo desapareceu mesmo do mapa. O próprio Sporting comunicou a situação e revelou que iria deixar de lhe pagar o salário. Só voltou a ser visto quando regressou ao Egito, para representar o Ismaily, em 2015.
Não podemos, contudo, falar do número 7 do Sporting sem falar de lesões. Na verdade, esta maldição conheceu o seu momento mais negro entre 2000 e 2014, período durante o qual jogadores como Ricardo Sá Pinto, Marius Niculae, Marat Izmailov e Jeffrén Suárez utilizaram a camisola 'maldita' e foram fustigados com problemas físicos bastante graves, que os afastaram da competição durante vários meses. Posteriormente, o português, o romeno e o russo ainda tentaram a sorte com a camisola 10, mas nunca mais voltaram a atingir o nível de outrora. Izmailov acabou mesmo por trocar o Sporting pelo rival FC Porto.
Pelo meio, em 2011/12, apareceu Valeri Bojinov. O búlgaro, porém, não passou de outro 7 a desiludir em Alvalade: marcou três golos em 16 jogos oficiais e foi emprestado pelos leões nas temporadas que se seguiram, até rescindir com o clube.
Mas a maldição já havia pairado em Alvalade ainda antes do início do milénio. O português Delfim e o brasileiro Leandro Machado também utilizaram o 7, mas estiveram muito longe de convencer em Alvalade. Antes, Ivaylo Yordanov também escolheu o número 'do azar' e tornou-se numa das primeiras 'vítimas' conhecidas do 7 verde e branco; passou por um calvário de lesões que só teve fim em 2000/01, quando deu por terminada a sua carreira.
FONTE: NoticiasAoMinuto