Revolução Silas arranca com receita de sempre

Bruno Fernandes (quem mais?) marcou de penálti já nos últimos dez minutos e ofereceu a Silas a vitória no primeiro jogo ao comando dos leões frente a um Desportivo das Aves que vendeu muito cara a derrota por 1-0.

De revolução em revolução, sempre à procura da panaceia que cure todos os problemas. Assim parece ser o Sporting dos últimos tempos e hoje começou mais um capítulo revolucionário na vida dos leões. Desta feita com o 'maluco' Silas ao comando e esperanças de um estilo mais aventureiro que ajude a apagar estes meses titubeantes de futebol sem chama e de instabilidade dentro e fora do campo. E apesar do primeiro jogo ter acabado em vitória, o marcador só conta uma pequena parte. Porque, por esta amostra, o timoneiro terá que ter muito trabalho para que as tropas consigam atingir os objetivos.

Foi uma vitória arrancada a ferros e que provavelmente deve mais à saída extemporânea do guardião Beunardeau aos 81 minutos, que resultou num atropelamento a Bolasie e num penálti tão indiscutível quando evitável na perspetiva do Desportivo das Aves. A equipa de Augusto Inácio fez mais que o suficiente para sair de campo com um resultado mais positivo e só fica a dever a si mesma o desaire perante um Sporting ainda em clara convalescença. Vale o mesmo de sempre a não vacilar na hora da decisão, Bruno Fernandes.

No primeiro onze oficial apresentado enquanto treinador do Sporting, Silas promoveu seis alterações face à equipa que tinhya perdido a meia da semana passada com o Rio Ave para a Taça de Liga e promoveu a entrada de um velho conhecido, Eduardo. O médio brasileiro destacou-se pelas mãos do técnico aquando da sua passagem pelo Belenenses SAD e foi aposta, enquanto Acuña e Wendel, que até hoje tinham começado todos os jogos pelos leões, foram relegados para o banco.

Se havia expectativa em ver um Sporting de cara levada e já a encarnar o discurso ambicioso do seu treinador, os primeiros minutos da primeira parte mostraram sobretudo a versão amorfa e desorganizada do Sporting que tem subido aos relvados nos últimos tempos. E que logo aos quatro minutos podia ter sofrido um golo. Valeu o ferro a evitar o tento do Desportivo,com Rúben Oliveira a falhar a recarga quando estava em excelente posição.

Eduardo tentou sempre dar maior critério à posse dos leões, só que o Sporting foi-se mostrando pouco afoito, com os três avançados móveis da frente a mostraram-se pouco capazes de incomodar a defensiva adversário. Exceção feita a Bolasie, que apareceu em mais que uma ocasião a utilizar a sua velocidade para conseguir desmarcações potencialmente perigosas. Falhava era quase sempre algo na definição, ou por culpa própria ou falta de acompanhamento dos colegas.

Bruno resolve
Com Bruno Fernandes muito apagado, ao contrário do que costuma ser habitual, coube mesmo a Eduardo os momentos mais perigosos dos leões no primeiro tempo, das duas vezes, com o mesmo processo. Meioa-campo, bola nos pés, olhar em volta, perceber que não tinha alternativas de passe e, assim sendo, 'cá vai disto'. E ia sendo mesmo porque da primeira vez, aos 26 minutos, só a a barra parou o remate e aos 41 minutos coube a Beunardeau a honra.

Foi um final ligeiramente mais perigoso do Sporting e que podia antever uma segunda parte mais dominadora do conjunto leonina. Puro engano. Seguiu-se mais uma entrada forte da equipa da casa que logo no início da segunda parte teve duas grandes oportunidades para marcar e controlou quase sempre as operações, perante a incapacidade do Sporting em responder. Aos 55 minutos, Bolasie acertou mal na bola quando estava em excelente posição e a partir daí praticamente só deu Aves, com os nortenhos que ocupam a última posição do campeonato a procurarem a vitória.

Não seria a sua noite porque Beunardeau, que até então tinha estado irrepreensível, calculou mal uma saída a Bolasie e provocou um penálti que permitiu ao nome de sempre dos leões marcar de onde ele raramente falha. Até então pouco em jogo, Bruno Fernandes não desperdiçou a oportunidade e marcou com autoridade aquele que foi o único golo do jogo.

O Desportivo das Aves ainda partiu em busca do empate e Rúben Oliveira esteve muito próximo de o conseguir aos 84 minutos mas o marcador estava destinado a não sofrer mais alterações. Primeiro jogo de Silas, primeira vitória e o mesmo de sempre a resolver. Com a certeza que ainda há muito trabalho a fazer na nova revolução dos leões.


FONTE: TribunaExpresso