Made in: mister português, sinónimo de prestígio
Estórias Made In é uma rubrica do Maisfutebol que aborda o percurso de jogadores e treinadores portugueses no estrangeiro. Há um português a jogar em cada canto do mundo. Este é o espaço em que relatamos as suas vivências. Sugestões e/ou opiniões para [email protected] ou [email protected]
José Mourinho continua sem clube neste arranque de temporada, mas a verdade é que a cotação dos treinadores portugueses continua em alta por esse mundo fora. O Estórias Made In andou à procura deles e encontrou quase meia centena, entre os quais sete selecionadores, o que dá bem conta do prestígio dos técnicos nacionais. Acima de todos, pelo menos em termos mediáticos, está nesta altura Jorge Jesus que tem estado a abanar com os alicerces do futebol brasileiro à frente do Flamengo.
Começamos com as expetativas dos sete selecionadores que trabalham na América do Sul (1), Ásia (2) e África (4), a começar por Carlos Queiroz que, depois de Portugal, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e quase uma década no Irão, abraçou agora o projeto dos cafeteros da Colômbia com fortes expetativas de voltar a uma fase final de um Campeonato do Mundo.
Já este ano, na Copa América, Queiroz venceu os três jogos a fase de grupos, incluindo o Brasil (2-0), mas depois caiu no desempate por grandes penalidades, diante do Chile, nos quartos de final.
Paulo Bento já vai no segundo ano à frente da Coreia do Sul, também com fortes possibilidades de chegar ao Qatar em 2022. Este ano também caiu nos quartos de final da Taça da Ásia com uma derrota diante do Qatar (0-1). Já depois disso, bateu a Colômbia de Queiroz por 2-1 num particular.
Hélio Sousa, depois de quase uma década ao serviço das seleções nacionais, passando por vários escalões, também emigrou para liderar a seleção do Bahrain também com o Mundial no vizinho Qatar no horizonte. Para já, é líder do Grupo C da segunda fase, com uma vitória no Camboja (1-0) e um empate diante do Iraque (1-1).
Pedro Gonçalves está em Angola desde 2015 depois de quase quinze anos na formação do Sporting. Começou a trabalhar com a formação do 1.º de Agosto, mas há dois anos foi recrutado pela federação angolana. Depois do sucesso nos sub-17, sub-20 e sub-23, chegou à seleção principal e já cumpriu o seu primeiro objetivo: afastou a Gâmbia e qualificou os Palancas para a fase de grupos na corrida para o Mundial.
Luís Gonçalves, selecionador de Moçambique, tem um percurso muito idêntico ao seu homónimo de Angola. Também esteve mais de uma década na formação do Sporting e chegou a Maputo há três anos, pela mão de Abel Xavier. Entretanto saiu para a China, mas foi convidado a regressar, há menos de um mês, para assumir o comando dos Mambas e, tal como os Palancas, também garantiu a qualificação para a fase de grupos com duas vitórias sobre as Maurícias.
Rui Águas vai na sua segunda passagem por Cabo Verde e, depois ter falhado a qualificação para a Can, está obrigado a fazer melhor na corrida ao Mundial. A mesma pressão para Paulo Duarte que já vai na sua terceira passagem pelo Burkina Faso, depois de também já ter passado pelo Gabão.
Jorge Jesus em alta no Flamengo
Entre todos os treinadores portugueses no estrangeiro, Jorge Jesus será, por esta altura, o mais mediático, depois de, num espaço de poucos meses, ter conduzido o Flamengo ao primeiro lugar do Brasileirão e à final da Taça Libertadores.
O antigo treinador do Benfica e do Sporting aterrou no Brasileirão com oito pontos de atraso para o líder e, depois da última vitória sobre o Santos, terminou a primeira volta destacado no topo da classificação, já depois de ter garantido a qualificação para a final da Taça Libertadores com uma vitória sobre o Palmeiras que ditou o afastamento de Scolari. O Brasil está definitivamente rendido aos novos métodos e à imagem de JJ.
Seis treinadores nas Big Five
Mas os portugueses também estão presentes nas Big Five, as cinco ligas europeias mais cotadas. A começar por Marco Silva (Everton) e Nuno Espírito Santo (Wolverhampton), na elite a Premier League, passando por França, onde esta época temos três treinadores em competição, com Paulo Sousa (Bordéus) e André Villas-Boas (Marselha) a juntarem-se a Leonardo Jardim (Monaco).
A este grupo junta-se ainda Paulo Fonseca que deixou o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, nas mãos de Luís Castro, para assumir o comando da Roma na Série A italiana
Também vai haver confrontos entre portugueses na Grécia, com Abel Ferreira (PAOK) a defender o título diante de Pedro Martins (Olympiakos) e ainda de outro Luís Castro (Panelotikos).
A marca portuguesa espalha-se depois por toda a Europa, passa por África e viaja para o Méio Oriente e estende-se até ao extremo da Ásia.
Confira a lista dos treinadores portugueses no Mundo
Sete selecionadores
Carlos Queiroz: selecionador da Colômbia
Paulo Bento: selecionador da Coreia do Sul
Hélio Sousa: selecionador do Bahrain
Pedro Gonçalves: selecionador de Angola
Luís Gonçalves: selecionador de Moçambique
Rui Águas: selecionador de Cabo Verde
Paulo Duarte selecionador de Burkina Faso
Brasil
Jorge Jesus (Flamengo)
Inglaterra
Marco Silva (Everton)
Nuno Espírito Santo (Wolverhampton)
José Gomes (Reading)
França
Leonardo Jardim (Monaco)
André Villas-Boas (Marselha)
Paulo Sousa (Bordéus)
Rui Almeida (Caen)
Carlos Secretário (Créteil-Lusitanos)
Itália
Paulo Fonseca (Roma)
Espanha
Pedro Emanuel (Almeria)
Grécia
Pedro Martins (Olympiakos)
Abel Ferreira (PAOK)
Luís Castro (Panetolikos)
Ucrânia
Luís Castro (Shakhtar Donetsk)
Lituânia
João Luís (Zalgiris)
Holanda
David Nascimento (Sparta Roterdão)
Cláudio Braga (Dordretch)
Eslováquia
Ricardo Chéu (Spartak Trnava)
Islândia
Pedro Hipólito (IBV Vestmannaeyjar)
Finlândia
Tiago Santos (Peimari)
Luxemburgo
Manuel Correia (UNA Strassen)
China
Vítor Pereira (Shanghai SIPG)
Coreia do Sul
José Morais (Jeonbuk)
Indonésia
Eduardo Almeida (Semen Padang)
Índia
Jorge Costa (Mumbai City)
Koweit
Toni (Kazma)
Emirados Árabes Unidos
Rui Faria (Al-Duhail)
Arábia Saudita
Rui Vitória (Al Nassr)
Hélder Cristóvão (Al-Ettifaq)
Paulo Sérgio (Al Taawon)
Jorge Simão (Al Fayha)
Argélia
Francisco Chaló (Paradou AC)
Angola
Bruno Ribeiro (Interclube)
Paulo Torres (Sagrada Esperança)
José Dinis (Angola)
Moçambique
Horácio Gonçalves (Costa do Sol)
Luís Guerreiro (Sporting de Nampula)
Rogério Gonçalves (Ferroviário da Beira)
FONTE: MaisFutebol