Seis dentadas de um leão esfomeado por títulos

Os treinadores tinham razão: este é o maior jogo de futsal do mundo. Este é o melhor futsal do mundo. Mas hoje, em Torres Novas, apenas uma das equipas foi de um nível mundial: o Sporting, campeão europeu em título. O leão venceu o Benfica por 2x6 e venceu a nona Supertaça do seu historial.

Perante um Palácio dos Desportos a rebentar pelas costuras mas com mais rugido do leão, a equipa de Alvalade foi nitidamente superior a um Benfica apático, sem capacidade de fazer frente ao eterno rival e que deixa débeis sinais para mais uma época que se prevê de luta... até final.

Despertador, controlo e instinto
Uma águia adormecida, um leão com o despertador antes da hora. Foi este o cenário dos primeiros minutos de jogo, com o Sporting a mostrar-se bem ativo nos primeiros minutos em Torres Novas, mostrando nítida superioridade. Poucas foram as vezes em que o Benfica teve verdadeiras oportunidades de golo, ao contrário do Sporting que foi aproveitando quase todas as oportunidades. Em dois minutos, Taynan e Rocha colocaram o marcador em 0x2, forçando Joel Rocha a pausa técnica imediata.

E a superioridade continuou ainda por largos minutos, com o Benfica a dizer presente na segunda metade da primeira parte. Até lá, a equipa comandada (excecionalmente, por ausência de Nuno Dias) por Paulo Luís foi dominando territorialmente, pressionando alto e não deixando o campeão nacional sair a jogar desde trás. Foi no momento menos visto da noite - desacatos lamentáveis e recorrentes enquanto se jogava o melhor futsal do mundo - que o Benfica inverteu o cenário e instalou-se na meia-quadra leonina, em busca do golo que foi sendo travado por Guitta e pela coesa defensiva verde e branca.

Perante os novos dados que a partida punha em cima da mesa, Paulo Luís chamou a equipa para pausa técnica e o Sporting reagiu... com gelo. Mais bola de costas para a baliza, mais faltas a travar investidas ofensivas, mais controlo e cabeça. E acabou por resultar na íntegra, estando o leão mais perto de aumentar a vantagem... do que o Benfica de a reduzir.

Um duplicado da receita
Início pior? Era complicado. Ainda não estava completo o primeiro minuto da segunda metade e o Benfica já sofria o terceiro golo, numa infelicidade de Chaguinha. Canto na esquerda batido por Merlim contra o ala brasileiro das águias e a bola a trair André Sousa. A vida voltava a complicar-se para Joel Rocha, e mais foi ficando com as constantes subidas de Guitta para fazer o 5x4 + GR e reter a posse de bola. Mesmo apesar do susto, quando Miguel Ângelo atirou ao poste após desleixo de Merlim.

Nem isso afetava este leão sedento de vitórias, golos e troféus. Mais uma jogada de Merlim pela esquerda a atrair a atenção encarnada e depois o passe de morte para o meio onde estava Rocha, com a baliza aberta para o 0x4. Novo golo? Pouco menos de dois minutos depois. Primeiro, Cardinal atrapalhou-se, chutou na quadra, permitindo a André Sousa roubar-lhe a bola. O que fez Cardinal? O mesmo. Roubou a bola ao guardião do Benfica e, sem oposição entre os postes, atirou a contar para o surpreendente... 0x5.

Não havia nada a perder (afinal, o Benfica ia perdendo por cinco) e Joel Rocha apostou no 5x4 + GR com Bruno Coelho a fazer de André Sousa. Faltavam 10 minutos, o Sporting estava completamente confortável, tinha o público do seu lado e ia mostrando superioridade absoluta em todos os momentos do jogo.

Nos últimos minutos, com o Sporting a ter já a vitória no bolso, surgiram golos que pouco alteraram o desfecho final. Apenas evitaram... contornos históricos. Fits reduziu para o Benfica, João Matos fez o 6x1 com a baliza deserta e até final , Fernandinho também fez o gosto ao pé e fechou o marcador em 2x6


FONTE: Zerozero.pt