Foi preciso ter muita paciência... e um bocadinho de sorte

Foi complicada a tarefa espanhola. Com muitos passes (825), suor e paciência, a Espanha conseguiu derrotar o Irão. Um golo aos tropeções de Diego Costa deu os três pontos à equipa espanhola, num jogo muito complicado por mérito da organização defensiva da equipa iraniana, que depois do golo criou oportunidades, chegou mesmo a ver um golo ser anulado e que demonstrou, uma vez mais, que Portugal vai ter muitas dificuldades na próxima jornada.

Que muralha!
«Com um muro destes poucos lá Irão». Este foi o título da crónica do zerozero no primeiro jogo da seleção iraniana frente a Marrocos, um encontro que serviu de aviso para aquilo que a seleção espanhola ia encontrar, e também para o que Portugal terá de enfrentar.

A equipa de Carlos Queiroz voltou a apresentar-se com as linhas muito recuadas, uma defesa muito sólida e com todos os elementos atrás da linha da bola. Espanha fez o seu jogo habitual de posse, trocas de bola, movimentações, mas criar perigo foi tarefa muito difícil para uma união iraniana que apareceu sempre para travar as intenções de La Roja.

O jogo foi exatamente aquilo que se esperava, embora o Irão tenha chegado com relativa facilidade à área espanhola nos primeiros dez minutos, aproveitando a falta de pressão da equipa de Hierro. Nesse período o jogo esteve equilibrado, mas depois só se jogou no meio-campo do Irão.

A formação asiática recolheu à área, defendendo num esquema de 6x3x1, onde o avançado, muitas das vezes, aparecia em cima de Iniesta. As armas eram bem diferentes e por isso é normal que as estratégias fossem tão distintas. Sem a inspiração de Iniesta e Silva, Isco era quem mais ia procurando criar combinações e situações de golo, mas havia sempre um jogador do Irão a intrometer-se entre a bola e a baliza.

Cientes da sua estratégia, os jogadores iranianos procuraram ganhar faltas e tempo que permitissem respirar e recuperar o fôlego para mais momentos de situação defensiva. Perto do intervalo, quando as forças já estavam a diminuir, a Espanha criou mesmo a sua melhor situação. Pelo meio voltou a haver uma perna a evitar o golo. La Roja ia para o intervalo com um domínio completo do jogo, algo expectável, mas sem conseguir criar perigo. Para já, a missão iraniana estava a ser bem sucedida.

Aos tropeções, o golo lá apareceu
Depois das dificuldades da primeira parte, a Espanha teria de procurar jogar de forma mais rápida para conseguir desfazer a super muralha iraniana. A primeira grande oportunidade da segunda parte até foi para o Irão. Chegou-se a gritar golo, mas a bola acabou mesmo por entrar na baliza contrária, num lance confuso que foi finalizado pelo joelho esquerdo de Diego Costa.

O mais difícil estava feito. A Espanha tinha ultrapassado aquele muro montado por Carlos Queiroz e pensava-se que a partir daqui tudo ia ficar resolvido. O Irão veio colocar essas ideias na gaveta. Com as dificuldades naturais de uma formação sem grandes individualidades e que não vinha com ideias de assumir o jogo, os iranianos criaram perigo e até chegaram a marcar. O golo motivou muitos festejos dos jogadores asiáticos, mas acabou por ser anulado por fora de jogo.

Até ao final do encontro a indefinição do resultado foi pairando e o Irão conseguiu mesmo criar boas oportunidades (que cueca levou Piqué!), mas a Espanha conseguiu segurar esta equipa iraniana que promete dificultar imenso a vida a Portugal, até porque o apuramento ainda está em aberto.

É preciso atenção, muita paciência, qualidade e agressividade para bater esta seleção iraniana. Características que a seleção espanhola teve, a espaços, e que permitiu à equipa de Hierro igualar a seleção nacional no grupo B, com quatro pontos e com o mesmo número - quatro - de golos marcados.


FONTE: Zerozero.pt