Um descalabro e o adeus aos milhões. As notas do FC Porto-Krasnodar
O FC Porto disse esta terça-feira à possibilidade de chegar à fase de grupos da Liga dos Campeões. Uma derrota por 2-3 na 2.ª mão da 3.ª pré-eliminatória frente ao Krasnodar deitou por terra as aspirações azuis e brancas na prova milionária, numa eliminatória que ficou empata a três golos, mas que sorriu aos russos pelos golos marcados fora de casa.
Um descalabro na primeira parte foi o suficiente para os dragões irem para intervalo a perder por 0-3. Desatenções na marcação, posicionamentos questionáveis e muito tempo para recuperar metros foram os principais erros da formação de Sérgio Conceição, que o Krasnodar aproveitou e bem.
Os russos tinham a lição bem estudada. Assim que recuperavam a bola, colocavam-na nos seus homens mais rápidos, que pareciam flechas apontadas à baliza de Marchesín. A culpa dos golos nem foi do argentino que sofreu três golos, sem conseguir fazer qualquer defesa. É aqui que entra também a eficácia extrema de um menino de apenas 19 anos: ShapiSuleymanov.
O avançado do Krasnodar teve duas oportunidades de ouro nos pés e não desperdiçou. Aliás, no seu bis, que foi o terceiro golo da sua equipa, trabalho muito bem sobre Luis Díaz, fletiu da direita para o meio e rematou sem hipóteses de defesa para o guardião dos dragões.
No segundo tempo viu-se outro FC Porto, é verdade, mas ainda assim longe daquele que era necessário para seguir em frente na eliminatória. Sérgio Conceição parece não ter ainda encontrado as dinâmicas certas para os jogadores que têm à disposição e há erros que custam caro ao mais alto nível. Neste caso, os erros deste jogo custaram perto de 40 milhões de euros, o valor que o clube da Invicta receberia caso entrasse para a fase de grupos da Liga dos Campeões.
Figura do jogo:ShapiSuleymanov. Aos 19 anos e no seu primeiro jogo a titular, o jovem avançado do Krasnodar mostrou uma maturidade fora do comum, logo quando a sua equipa mais precisava. Foi fundamental e ajudou ao triunfo da formação russa com uma eficácia incrível. O segundo golo mostrou a classe que tem nos pés e que pode ser um avançado a ter em conta nos próximos anos.
Surpresa: Luis Díaz foi lançado no onze do FC Porto pela primeira vez por Sérgio Conceição. O colombiano já tinha demonstrado, a espaços, de que era um jogador capaz de agarrar a titularidade e apesar da noite ter sido de pesadelo, a verdade é que o novo camisola 7 dos dragões mostrou que nem tudo tem de ser negro esta temporada. Díaz tem muita qualidade nos pés, uma técnica acima da média e uma garra digna de sul-americano. Foi um dos melhores em campo da equipa azul e branca e a sua exibição foi coroada com um golo. No entanto, insuficiente para as aspirações portistas.
Desilusão: O difícil é destacar apenas um jogador. Saravia esteve apenas 37 minutos em campo, mas defensivamente foi muito mau. O Krasnodar foi aproveitando as debilidades do argentino, que deixou os adeptos a suspirar por Manafá. Depois, Marega parecia um peixe fora de água. O avançado maliano não é um jogador de apoios e sempre que conseguia, tentava levar a equipa para a frente com a sua explosão… que foi inofensiva. Uribe entrou no segundo tempo para substituir Sérgio Oliveira e conseguiu ter uma estreia para esquecer. Passes simples errados, más decisões e um nervosismo estranho para um internacional colombiano. Por fim, Marcano. Os seus erros defensivos foram vários e um nível longe do Marcano que deixou o Dragão no final de 2017/18.
Sérgio Conceição: Lançou Saravia e não o devia ter feito. Lançou Nakajima e Luis Díaz e viu que são jogadores que podem ser fundamentais para toda esta temporada. No entanto, este não é o melhor FC Porto, longe disso. Conceição está longe de retirar o máximo das potencialidades dos jogadores que tem à disposição. Além de haver muita coisa para corrigir defensivamente, é preciso chegar à fórmula que poderá fazer desde dragão vencedor. Parecem haver ainda muitas dúvidas na cabeça do treinador portista em relação ao onze base desta equipa.
MuradMusaev: Disse que tinha a lição bem estudada e que os pontos fracos do FC Porto estavam bem identificados. A primeira parte no Dragão só mostrou que não mentiu aos jornalistas. O Krasnodar apostou apenas e só no contra-ataque – com critério – e aproveitou da melhor forma todas as oportunidades que conseguiu. Havendo eficácia na estratégia, pouca coisa pode correr mal.
Homem do apito: Não foi, de longe, o protagonista deste encontro, o que é sempre um objetivo de um árbitro. Teve um critério largo e deixou jogar sempre que podia. Nota positiva.
FONTE: NoticiasAoMinuto