Ele não foi o cara...

Uns com um ponto precioso, outros a queixarem-se da falta de sorte...No segundo jogo na Copa América, o Brasil perdeu os primeiros pontos, empatando sem golos diante da Venezuela, com Firmino a assumir o papel de destaque, mas pelos piores motivos.

Inconsequentes
O melhor que se pode dizer da primeira parte brasileira é que foi dado um salto qualitativo face ao primeiro jogo, diante da Bolívia; o pior é que isso não foi suficiente para encantar como só a Canarinha sabe. Muita posse, pouca objetividade e um futebol demasiadamente centrado no talento individual.

Foram criadas oportunidades por parte da equipa de Tite, com especial destaque para um remate perigoso de Neres e para uma grande defesa de Fariñez a travar o tiro de Richarlison, mas faltou criatividade no último terço e um futebol mais ligado entre o setor intermediário e o trio atacante. Firmino ainda introduziu a bola na baliza, mas o árbitro anulou, no início de uma trilogia marcante para o avançado do Liverpool.

A Venezuela esperou bem atrás, aproveitando a boa capacidade defensiva de Osorio, e ainda deu o ar de sua graça num par de transições perigosas. Mas foi quase tudo...inconsequente.

Bobby, o culpado
Tite não gostou do rendimento de Richarlison (e mesmo do próprio comportamento, com o avançado do Everton a ser várias vezes chamado à atenção) e lançou Gabriel Jesus para o segundo tempo. O avançado do Manchester City agitou, criou algumas oportunidades, chegou mesmo a marcar (lance anulado pelo VAR), mas os problemas coletivos continuaram.

Com bola, a Canarinha foi uma equipa previsível, lenta de processos, sem nunca conseguir aproveitar a qualidade técnica das suas unidades mais avançadas. E as entradas de Fernandinho e Everton não acrescentaram muito, também porque a organização ofensiva dos brasileiros encaixou na perfeição com a estratégia venezuelana.

Até ao final, destaque para mais um golo anulado (o terceiro...e novamente por uma ação irregular de Roberto Firmino) e para uma grande oportunidade de Fernandinho, que, de cabeça, esteve a centímetros da vitória.

Nada está em causa, mas esta Venezuela está de parabéns e este anfitrião está avisado. Para ganhar o caneco em casa e afastar os fantasmas de 2014, a Canarinha precisa de mais qualidade (e de um Firmino com menos apetência para o azar, já agora).


FONTE: Zerozero.pt