Arouca de porta fechada: «Este sentimento de impunidade tem de acabar»
O plantel de futebol do Arouca deparou-se, esta terça-feira, com porta fechada nas instalações do clube, quando se preparava para mais um treino, na sequência da descida ao Campeonato de Portugal, no último domingo.
O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, confirmou já estar a par da situação que estão a viver os jogadores, ameaçados de despedimento coletivo, como consequência de um pedido de insolvência avançado por vários jornais.
Em declarações ao Maisfutebol, Evangelista teceu duras críticas à atuação dos elementos diretivos do clube arouquense. «Se entrar em processo de insolvência, é inaceitável. Este sentimento de impunidade é inaceitável e tem de acabar. É um pouco como a situação do Berardo, em que acham que podem fazer tudo. E, no caso do Arouca, isto é recorrente», afirmou o dirigente, tendo como comparação o caso que envolve o empresário português e a sua Fundação.
«Os jogadores foram hoje às instalações do clube e estava tudo fechado. Já pedimos que amanhã [quarta-feira] voltem a comparecer e estamos a dar-lhes todo o acompanhamento necessário», acrescentou.
O Maisfutebol tentou, ao longo da manhã e princípio da tarde, obter esclarecimentos junto do Arouca, mas o presidente do clube e da SDUQ, Carlos Pinho, recusou prestar declarações.
O Arouca consumou a despromoção ao Campeonato de Portugal na 34.ª e última jornada da II Liga, com a derrota por 2-1 em Aveiro, ante a UD Oliveirense. Os arouquenses terminaram no 16.º e antepenúltimo lugar do campeonato, com 40 pontos, acompanhando V. Guimarães B e Sp. Braga B na despromoção às divisões não profissionais.
Entretanto, o SJPF já reagiu em comunicado:
O plantel do Futebol Clube de Arouca – Futebol, SDUQ, Lda, apresentou-se esta terça-feira ao trabalho e deparou-se com as instalações do clube encerradas.
Não existe neste momento da parte da administração qualquer resposta para o sucedido, nem informação sobre o que irá acontecer nos próximos dias.
Entretanto, os jogadores foram confrontados com notícias veiculadas pela comunicação social que aumentam as suas preocupações, relativamente ao futuro do clube e ao seu futuro profissional.
O Sindicato dos Jogadores está a esclarecer e a acompanhar os jogadores do ponto de vista jurídico, bem como a tentar obter resposta do clube sobre estes acontecimentos.
Paralelamente, o Sindicato está também a tentar contactar a Liga para obter mais detalhes. Em especial, uma vez que o Arouca esteve sujeito aos mecanismos de controlo financeiro e foi licenciado para a competição, o Sindicato exigirá que as obrigações contratuais sejam cumpridas.
O Sindicato dos Jogadores continuará a acompanhar esta situação de perto, apelando ao bom senso da administração do Futebol Clube de Arouca – Futebol, SDUQ, Lda, não só permitindo aos jogadores acesso ao seu local de trabalho, como definindo, em diálogo com estes profissionais, a resolução dos demais problemas atualmente existentes.
FONTE: MaisFutebol