Desculpa, Sporting, mas esta relação não tem pernas para andar
Com uma exibição medíocre, o Sporting foi derrotado em Alvalade pelo Villarreal (0-1), penúltimo classificado da Liga espanhola, que já não vencia há 10 jogos. Ainda falta disputar a 2ª mão, mas a passagem aos oitavos de final da Liga Europa fica agora bem mais difícil para a equipa de Marcel Keizer
Em dia de namorados, o Sporting convidou os sócios a irem visitar o seu grande amor a Alvalade. A ideia é boa, mas a verdade é que esta relação é daquelas tóxicas: não está nada, nada bem e não parece vá melhorar. Nem mesmo com Bruno Fernandes a dar tudo por ela: desculpa, Bruno, não és tu - são eles.
Antes do jogo, questionado sobre a importância do médio na equipa, Marcel Keizer rejeitou que o Sporting fosse "Bruno mais 10", mas, depois do jogo desta noite, torna-se difícil dizer o contrário - e mais preocupante ainda é quando se percebe que a exibição do médio/defesa/avançado/faz tudo e dá tudo do Sporting foi pouco mais do que q.b.
Ou seja, a exibição de todos os outros foi ainda pior - individual e coletivamente falando, o que também inclui, obviamente, Marcel Keizer.
Com um onze com muitas novidades - Salin, Bruno Gaspar, Coates, André Pinto, Acuña, Miguel Luís, Petrovic, Raphinha, Bruno Fernandes, Jovane e Bas Dost -, os jogadores do Sporting ainda mal se estavam a ambientar ao relvado quando o Villarreal já marcava.
Com Acuña novamente a voltar ao papel de lateral esquerdo e abrir um autoestrada por aquele corredor, Chukwueze aproveitou para ultrapassar o adversário em velocidade e cruzar para a área, onde até estavam Petrovic e Miguel Luís a proteger o setor defensivo, mas onde faltavam Bruno Fernandes e/ou Jovane - e foi precisamente nessa zona aberta que a bola entrou, para os pés de Alfonso Pedraza, lateral esquerdo da equipa espanhola, marcar o único golo do jogo. Mais um posicionamento defensivo defeituoso do Sporting, como aconteceu tantas vezes perante o Benfica.
A equipa de Keizer começava mal a 1ª mão dos 16 avos de final e... nunca mais se endireitava. Aos cinco minutos, Acuña já estava a ser amarelado por reclamar com o árbitro; mais tarde, Bruno Gaspar saía lesionado, dando lugar a Ristovski; Coates pegava na bola e ia por ali fora como se fosse médio ou avançado (e até chegou a cruzá-la contra... Miguel Luís, o que diz muito sobre a desorganização); e, no meio disto tudo, o Villarreal pouco mais fazia do que defender - mas a verdade é que o Sporting também não produzia nada que se visse.
Remates à baliza? Só um, por Jovane, de longe, aos 41 minutos. Oportunidades de golo? Nem uma para amostra.
Contra o penúltimo classificado da Liga espanhola, uma equipa mergulhada em crise, que já não vencia há 10 jogos consecutivos, o Sporting não foi capaz de se impôr. No início da 2ª parte, Coates e Salin andaram aos papéis e depois teve de ser o guarda-redes francês a desviar um remate perigoso de Fornals.
Só aos 69 minutos, entre muita impaciência dos adeptos, é que o Sporting criou a primeira oportunidade para golo: Raphinha cruzou para a área, Bas Dost desviou e Andrés Fernández defendeu por cima da baliza. Depois, Keizer mexeu, tirando Jovane e Petrovic para fazer entrar Wendel e Luiz Phellype, mas a equipa não melhorou, vivendo apenas de momentos individuais.
Após um cruzamento de Bruno Fernandes, Raphinha desviou a bola para o poste e, depois disso, mais nada. Aliás, mais uma coisa, que acabava por ser mais do que expectável: Acuña levou o segundo amarelo e foi expulso, aos 76 minutos.
Com 10 jogadores em campo, o Sporting pouco mais fez. Mas, com 11, também pouco tinha feito, numa das exibições mais pálidas da era Marcel Keizer. Aquele tal holandês que tinha encantado com ideias ofensivas quando chegou a Portugal e agora está... irreconhecível. Keizerball? Só se for Keizer... "bola". Uma relação que já não parece ter pernas para andar.
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FONTE: TribunaExpresso