Não há título para uma coisa destas

Sem palavras, mas com números. 10! 10x0! É verdade, caro leitor. Não estamos a colocar um 0 por engano, o Benfica chegou mesmo à dezena de golos diante do Nacional da Madeira numa exibição histórica dos encarnados e dolorosa para os insulares, que deixaram o relvado do Estádio da Luz em lágrimas apís um jogo que certamente nunca irão esquecer. Nem eles, nem ninguém.

Lotação esgotada, parabéns a Chalana, minuto de silêncio arrepiante em memória dos jovens do Flamengo. Foi assim o pré-jogo no Estádio da Luz. «Chalanix», lia-se na tarja de homenagem ao antigo craque do Benfica. Pois bem, o jogo em si pode muito bem ser uma comparação autêntica à série de banda desenhada «Astérix e Obélix».

Estes gauleses estão imparáveis
Chalanix, o druída, deixou a poção mágica e os jogadores de Bruno Lagix transformaram-se em autênticos Astérixes (Obélix ficou a comer um pedaço de javali nas roulotes fora do estádio). Que entrada relâmpago da equipa benfiquista, que encontrou no Nacional uma legião romana pronta a ser abatida. Ironicamente, nem Júlio César, não o imperador mas sim o defesa brasileiro, conseguiu parar estes pequenos gauleses que desbravaram caminho e entusiasmaram toda uma multidão que fez do Estádio da Luz um cinema ao ar livre cheio de aplausos e bruares.

35 segundos, golo. Grimaldix. Uff! O Estádio da Luz vive um novo momento desde a chegada de Bruno Lagix, mas estes gauleses não estavam para brincadeiras e não deixavam os romanos invadir um mílimetro da sua zona defensiva. Quando a equipa comandada por Costinha o procurava fazer, a poção mágica voltava a fazer efeito. Bola nos corredores e lá iam eles, imparáveis. Daniel Guimarães procurou oferecer resistência, travou Pizzix e também ainda mostrou capacidade frente a Seferovix, que logo percebeu como bater o guardião brasileiro.

Antes de mais um golo, Filipe Ferreira acabou por sair lesionado e obrigou Costinha a recorrer a uma estratégia mais próxima do habitual - o técnico insular tinha apostado num 4x3x3 mais defensivo, mas Seferovix pareceu ter caído no pote da poção mágica. Assistência brilhante de João Félix (este parece mesmo ter nascido gaulês, apesar do debate sobre a forma de pronunciar o nome) e o suíço a bater Daniel Guimarães. Pouco depois fez o mesmo, desta feita após passe de André Almeidix. O público da Luz estava entusiasmado com este início de película e mesmo quando uma jogada coletiva fantástica acabou com um remate ao lado de Seferovix as palmas fizeram-se ouvir.

Poção mágica voltou e a dor madeirense também
A fechar a primeira parte, a poção mágica parecia ter perdido um pouco o efeito, mas nem assim a equipa de Bruno Lagix desistia de procurar mais e mais. Os madeirenses tentavam ter bola, ganhar confiança, mas a dor já era muita e só roubando a fórmula da poção mágica seria possível mudar a histórica desta película. Se fosse possível, Costinha e o seu Júlio César pediam retirada...

Não foi possível e o Nacional foi mesmo "obrigado" a vir para a segunda parte. Só que este filme não era daqueles com reviravoltas inesperadas, mas sim com um guião traçado e para manter até final. Recuperadas as energias, os gauleses voltaram a ingerir a poção de Chalanix e regressaram aos relvados. Cinco minutos bastaram para se ver novo golo.

Pizzix cruzou largo, Félix, o mais novo dos gauleses, inscreveu o nome na lista de marcadores. Os madeirenses não encontravam maneira de fugir à pressão imposta pelos encarnados e as dores eram cada vez mais intensas. Pizzix também marcou, de penálti, assistiu para o primeiro golo de Ferroix com a camisola do Benfica e ainda fez o passe, desviado num defesa do Nacional, para o 7x0, da autoria de Rúben Diasix.

O fim do filme aproximava-se, mas ainda havia mais momentos de felicidade para os gauleses, que iam sonhando com a dezena de golos. Florentinoix fez a estreia pelos encarnados, Jonix voltou e fez o 8x0 na sequência de um livre, Rafix fez o nono e quando todos pediam «mais um», o número 10, Jonas, fez o golo número... 10. Impressionantes estes gauleses.


FONTE: Zerozero.pt