Hacker do Benfica ficou com 17 mil euros desviados de banco das ilhas Caimão

O caso datado de 2013 foi encerrado após o banco das ilhas Caimão ter chegado a acordo com Rui Pinto. O acordo, que faz parte do processo, previa que hacker devolvesse apenas metade de 34.627 euros, montante que o banco dizia ter sido “transferido indevidamente através de acesso ilegítimo ao seu sistema informático para conta titulada” por Rui Pinto, revela o “Público” esta quinta-feira.

Rui Pinto, o pirata informático que assumiu ser o mentor do site Football Leaks, foi o único suspeito de um desvio de 264 mil euros, em 2013, de um banco sediado nas ilhas Caimão. Este caso já havia sido revelado no passado. Em entrevista à revista Der Spiegel na semana passada, o hacker garantiu que não recebeu “nenhum dinheiro” do Caledonian Bank e evitou falar mais do caso alegando ter assinado “um contrato de confidencialidade com o banco” - cláusula que, na verdade, não consta do acordo.

Segundo o “Público” esta quinta-feira, apesar de ter devolvido uma parte do dinheiro, Rui Pinto acabou por ficar com 17 mil euros obtidos através da invasão ao sistema informático do banco. A prova do contrário consta do inquérito-crime arquivado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, em Outubro de 2014, e que foi consultado esta semana pelo matutino.

O caso datado de 2013 foi encerrado após o banco ter chegado a acordo com Rui Pinto. O acordo, que faz parte do processo, previa que Rui Pinto devolvesse apenas metade de 34.627 euros, montante que o banco dizia ter sido “transferido indevidamente através de acesso ilegítimo ao seu sistema informático para conta titulada” por Rui Pinto.

Os 34 mil euros correspondem ao valor de um primeiro "saque". Dias mais tarde, Rui Pinto iria retirar mais 227 mil euros - valor que acabaria por ser devolvido na íntegra.

Para fechar o caso, os advogados do banco das ilhas Caimão aceitaram receber (apenas) 17.313 euros, garantindo “nada mais ter a reclamar” deste. Exigiram que o pirata informático assinasse uma ordem irrevogável de transferência bancária, o que este fez. O mesmo documento determina a transferência do restante dinheiro para uma conta da sociedade de advogados de Aníbal Pinto.

Contactado pelo jornal, Aníbal Pinto recusa-se a explicar o motivo desta transferência, invocando o sigilo bancário. “Já pedi o levantamento do segredo à ordem e foi-me dito que me devo remeter ao silêncio”, justificou.


FONTE: TribunaExpresso