Invasão, expulsão... e Vitória!

O clássico a preto e branco do Bessa levou festejos até Guimarães e recompensou os milhares de adeptos vitorianos que se deslocaram em massa até ao Porto para um duelo quente da Taça de Portugal. O Vitória SC ficou em desvantagem numérica na primeira parte, na sequência de uma polémica expulsão de Mattheus, mas Dodô deu o triunfo no regresso aos relvados.

Jogavam mesmo fora?
O apoio dos adeptos do Vitória SC, a uma hora que não era a mais conveniente para quem vinha de fora, foi notável do início ao fim. Os vitorianos encheram uma bancada e dominaram desde cedo o Bessa nos decibéis, dando nova mostra de força de uma massa adepta contra a qual é difícil competir.

Dentro das quatro linhas, as coisas equilibravam-se mais, com muita pressão colocada em campo pelas duas equipas, a corresponder à denominação de clássico. Os boavisteiros, trajados em tons laranja, procuravam a referência de ataque Rafael Lopes, que falhava o alvo de cabeça ainda nos primeiros dez minutos. Os vitorianos respondiam e houve André André a falhar uma ocasião de ouro em frente à baliza boavisteira.

Com desacerto de parte a parte - e também uma dose de qualidade exibida por Helton Leite, guardião dos boavisteiros -, além da disputa nas bancadas em que os boavisteiros tentavam compensar o número mais baixo com alma e coração, o ambiente já estava bem quente. Depois da meia hora de jogo, fervilhou.

Fábio Veríssimo assinalou um livre, Mattheus protestou o lance e viu o árbitro mostrar-lhe vermelho direto, para choque dos colegas e de Luís Castro, que viria a trocar palavras com o juiz ao intervalo. Os vitorianos ficavam com menos um elemento mas nem por isso se deixavam abalar em campo, e o primeiro tempo até acabaria com uma boa ocasião de Guedes no ataque.

Não às horas extra
Luís Castro viu-se forçado a reequilibrar o meio-campo para o segundo tempo, trocou médios de características diferentes (André André por Pepê) e pouco tardou nessa segunda parte até que o marcador mexesse por fim: grande trabalho de Guedes na esquerda, um cruzamento que a defesa boavisteira não limpou e Dodô, do lado oposto, a atirar a contar. Belo regresso à competição do lateral, que não jogava desde o duelo da Taça com o Valenciano, a 20 de outubro.

O Boavista via os quartos-de-final ficarem bem mais longe, intensificou na busca do golo e teve Fábio Espinho a desperdiçar de forma incrível perante Miguel Silva, antes de Edu Machado atirar por cima num lance em que um cruzamento virou remate de perigo.

Do ponto de vista boavisteiro, só a persistência poderia dar recompensa, mas o desacerto na frente perdurava e os vitorianos resistiam. Mateus não conseguiu empatar após cruzamento de Fábio Espinho, Gonçalo Cardoso chegou atrasado ao desvio depois de uma tentativa de Edu Machado e o Vitória SC conseguiu segurar a vantagem mínima até ao final, podendo ainda festejar uma defesa de Miguel Silva nos minutos finais como se de um golo se tratasse. O bilhete para os quartos-de-final pertence aos homens de Guimarães.


FONTE: Zerozero.pt