Rácio de vitórias é 100% e as melhorias estão perto disso

Três jogos, três competições, três vitórias e três exibições que convencem os adeptos do Sporting. É este o rácio de Marcel Keizer nos leões. Esta segunda-feira, naquele que era o teste mais complicado do treinador holandês desde que está em Portugal, o Sporting venceu o Rio Ave, teve uma boa exibição (especialmente na 1ª parte) e mantém a perseguição ao líder FC Porto.

E se o rácio das vitórias é de 100%, a melhoria da qualidade de jogo também anda em percentagens bastante positivas. O Sporting de Keizer tem momentos de rotura e de combinações que agradam a quem vê.

Do lado do Rio Ave, viu-se uma equipa muito pouco agressiva na primeira parte, com melhoramentos significativos no segundo tempo, mas que acabou por ver Renan Ribeiro segurar a vitória leonina.

Ainda há erros, mas as melhorias são notórias
A entrada do Sporting no jogo foi talvez das melhores (muito provavelmente a melhor) dos leões esta temporada. Sempre em constantes movimentações e triangulações, a equipa de Keizer baralhava a defesa do Rio Ave, especialmente devido ao trabalho de Wendel e Nani. O Rio Ave só conseguia reagir de bola parada e até conseguiu marcar assim, mas as dificuldades em controlar as combinações leoninas eram notórias.

Antes de João Schmidt levantar o estádio de livre, já Bruno Fernandes tinha trabalhado com Nani e tinha feito um belo golo. Com o empate deu a ideia, por alguns momentos, que o Sporting estava a cair no passado recente, no qual a bola queimava no pé e era batida na frente. Não foi o que aconteceu e o 1x2 acaba por ser uma imagem de marca deste Sporting de Keizer. Bola em rotura para Wendel, abertura no flanco e cruzamento perfeito de Acuña para golo de cabeça.

A vantagem era justa e premiava um crescimento daquilo que é o futebol do Sporting. O Rio Ave acabou por reagir fruto de uma mudança tática muito simples. Galeno passou para a direita do ataque, trocando com Fábio Coentrão. Isso permitiu à equipa de Vila do Conde explorar os imensos problemas de Marcos Acuña a defender e o perigo começou a aparecer. As dificuldades do defesa esquerdo argentino foram tais que até se pediu a expulsão já perto do intervalo, num lance onde fica a ideia que o árbitro perdoou uma expulsão.

Uma nota final desta primeira parte prende-se com as dificuldades que as duas equipas tiveram na saída de bola. Os centrais do Sporting falharam vários passes e só quando Bruno Fernandes vinha atrás havia uma construção certa na fase recuada. No Rio Ave as dificuldades eram as mesmas.

Renan segurou e Jovane fez aquilo
Logo desde o início do 2º tempo se percebeu que o Rio Ave estava diferente no jogo. A construção de jogo deixou de passar pelos centrais e a agressividade na procura da bola era visivelmente maior. Isso levou a um jogo muito mais dentro do meio-campo dos leões e com muitos mais problemas para Renan Ribeiro.

Destacamos o nome de Renan Ribeiro porque foi ele quem segurou a vantagem leonina, naquela que foi a pior fase dos verde e brancos no jogo. Os primeiros 15/20 minutos do segundo tempo foram de controlo do Rio Ave e o guarda-redes brasileiro teve um momento de brilhantismo quando negou por duas vezes o golo do empate a João Schimdt.

Segurada a vantagem, apareceu Jovane Cabral. Entrou no lugar de Diaby (apagado) e fez o melhor golo de uma noite de grandes golos. Um golo na gaveta e que retirou o impulso ao Rio Ave. Apareceu ainda Coentrão a obrigar Renan a novo momento de brilhantismo, mas se o jogo fosse um filme, podíamos dizer que os últimos 10 minutos foram aqueles em que o protagonista já conquistou a mulher e que depois organizou a sua vida para não a voltar a perder.

Para terminar e pegando na analogia do filme, podemos dizer que Keizer mantém o romance com os adeptos do Sporting. 13 golos em três jogos e três exibições que dão confiança. Vamos esperar agora pela sequela.


FONTE: Zerozero.pt